"De Vovó para Vovó", é um espaço criado para contar um pouco da alegria de ser avó (ô), nossas experiências e emoções, e todas as dúvidas que surgem no decorrer da convivência com nossos pequenos. "Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando...(Clarice Lispector)
quinta-feira, 15 de março de 2012
Quem é mais nervosa: MAMÃE OU VOVÓ?
É um páreo difícil.
Nunca vi, nora e sogra neste aspecto, tão parecidas.
Hoje abordo esse assunto porque tenho quase certeza absoluta, que na maioria dos casos, nós vovós, ficamos com o passar do tempo, literalmente A P A V O R A D A S com tudoooo!!!!
Em relação a mamãe (minha nora) , até entendo toda essa aflição em que vive, porque ela é fisioterapeuta e trabalha no Neonatal do Hospital Santa Catarina, e atende recém-nascidos em condições delicadas de saúde, vivenciando diariamente cenas tristes e preocupantes, e com certeza agora, como mamãe, tudo a amedronta.
Agora... e eu? Eu gente, a Vovó....
Já tive filhos, sobrinhos, acompanhei também o crescimento de filhos de amigos, e com toda essa bagagem carregada de experiência, era para ter reações no mínimo, normais, não é verdade?
Ledo engano!
Confesso ser um escândalo minhas atitudes diante de qualquer situação e ao invés de acalmar, eu piro e piro a todos que estão a minha volta. ( as vezes até finjo ser corajosa... mas não dá certo, porque depois, quando tudo volta ao normal, fico num estado lamentável.)
Precisaríamos nós, as vovós nervosas como eu, de recebermos treinamentos com especialistas para que possamos simplesmente curtir, como também, saber reagir diante de situações corriqueiras que acontecem na vida de uma crinaça.
Desde as mais banais até as.... bem essas nem quero saber!!!!!
Nossos diálogos, (mãe e vó), cedinho quando eu ligo, são assim:
-- Bom dia!!!
-- Bom dia Vovó!
-- Como foi a noite?
-- H O R R I V E L....teve cólica.
Do lado de cá, arregalo os olhos e digo:
-- Não acredito.... mas ela chorou muito?
-- Não. Apenas se contorceu.
-- Entao quem sabe não era cólica?
-- Acho que sim, porque ela soltou um punzinho...
-- Só ummmm ? Ah meu Deus, será normal se contorcer tanto assim por um pum?
-- Quem sabe tu ligas à pediatra (pobre desta pediatra). Pode ser outra coisa, não pode?
Nestas alturas o correto seria dizer: isso é normal... acontece com qualquer bebê.
Mas não é o meu caso. Eu coloco minhoca na cabecinha já assustada de minha norinha.
(desculpe querida minha).
E assim vai.... um pum é o fim do mundo.
Se solta mais de um é festa...( mas já ficamos em alerta)
Se nao solta ficamos arrazadas.
Se espirra, já achamos que é resfriado,
Se faz muito cocô, pode ser virose, se não faz muito, está presa....
(Vovós, já repararam que agora tudo é virose?) Diarréia é contagiosa... pq é virose.
Vômito, é virose... é contagioso.... tudo pega... ai, que nervoso!!!!
Quando não é o tal REFLUXO ( agora é moda). Detesto essa palavra. Não assusta?
E o tal soluço????? ah meu Deus!!!
É tão normal não é?
Pois eu chego a tapar os ouvidos para não vê-la em tamanha agonia.
Olhe o que nos aconteceu sexta-feira última. Só para encerrar:
Estava eu, no apartamento de meu filho com minha nora , quando ela me disse:
- Mari, vamos dar uma volta lá na pracinha perto de tua casa? Que alegria ouvir esse convite.
Meu coração disparou!!! Enfim iríamos passear no carrinho lindo que comprei para deixar em casa. Porque casa de vovó tem que ter tudoooooooo...(rs)
Viemos....início da maratona!!!
Eu dirigindo, Alice na cadeirinha ( verdadeiro inferno essas cadeiras), e a Mamãe ao lado.
De repente, só ouço um grito e sem saber o que era, já comecei a gritar também:
-- O que foi? o que foiiiii ?
A mãe nervosa, tentava me acalmar mas ela estava também uma pilha de nervos. Pobre mãezinha - estava fora de si.
E eu sem saber o que era.
Do banco do motorista, me virei e quase arranquei a parte superior da cadeirinha.
Juro, achei que ia ter uma síncope nervosa.
Na verdade, nosso bebezinho havia vomitado e segundo a mamãe, muito, muito mais do que o normal.
Ela ficou preocupada, com medo que o bebê se engasgasse e eu... bem eu... nem preciso deizer, não é?
Não bati o carro porque Deus está sempre juntinho de nós, mas foi por pouco.
Dali mesmo, de onde ela havia vomitado, já queria dar a volta no carro e levá-las de volta para o apartamento de onde não deveríamos ter saído, mas como já estavámos proximas de minha casa, continuei.
Bem, só para encurtar.
O portão da minha garagem é automático e, nervosa, sem perceber, acionei o controle do portão duas vezes.
Na primeira abriu, e na segunda vez, fechou sobre o carro, e acabou num arranhão. É mole?
Nestas alturas a princesinha já estava calminha, balbuciando alguns sons, e eu dando um péssimo exemplo a minha neta, falando palavrões, e xingando sei lá quem. Certamente EU, não é? Afinal, quem cometeu o erro....
Resultado, em seguidinha estávamos as duas, mamãe e vovó, dando boas gargalhadas.
Ainda bem, que esse foi o final. E será sempre assim. Sustos, atropelos e depois gargalhadas.
De qualquer forma, faço um apelo aqui:
RIVOTRIL para essa Vovó. DOUTORES POR FAVOR!!! NÃO ME NEGUEM UMA RECEITA.
De Vovó para Vovó: Precisamos cuidar do nosso coração, ah isso precisamos!!!!
Obs. Essa Vovó que vos escreve, não é tão jovem quanto a lourinha da imagem. (rs)